Em 1920 Coco Chanel quis lançar um perfume que descrevesse a mulher contemporânea, moderna e cheia de estilo da época. Passou para Ernest Beaux a criação de um perfume diferente, menos monofloral (sempre a mesma rosa!), menos rebuscado, algo mais fresco, romântico e com cheiro de limpeza. Naquela época ainda se usavam muito os óleos essenciais cítricos para as notas frescas, mas elas não duravam o desejado.
Havia então uma opção mais arrojada, o uso dos aldeídos, moléculas de ingredientes naturais, que os químicos haviam conseguido isolar e que criavam notas frescas cítricas, florais e até notas de limpeza. Alguns aldeídos já haviam sido utilizados em perfumes, mas de uma forma bem tímida.
Parece que foi em um dos ensaios da fórmula para o novo perfume que o assistente do perfumista Ernst Beaux exagerou nos aldeídos (uma mistura de vários, Aldeído C-10, Aldeído C-11 e Aldeído C-12), colocando 1% destes na fórmula. E qual ensaio Coco mais gostou? Exatamente esse ensaio, o nº 5, o escolhido por Coco. Havia sido criado um perfume abstrato, místico, romântico, feminino e com as notas frescas. Se essa parte da história é verdadeira, não sabemos ao certo, mas nada como um erro feliz na perfumaria.
A pirâmide olfativa do Chanel N° 5 começa com uma nota cítrica seguida de um buquê floral composto de jasmim de Grasse e de rosas de maio. A base é um amadeirado de sândalo e vetiver.
Chanel Nº 5 não foi o primeiro perfume com aldeídos, mas certamente o mais icônico, mais famoso e um dos mais vendido até hoje.
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